Profissional técnico mais especializado dentro da hierarquia de TI evolui e se torna, cada vez mais, direcionador de novas tecnologias dentro da empresa
O arquiteto de soluções é o profissional técnico de TI mais especializado – e com os maiores salários – dentro de um departamento de tecnologia. E o cargo está em evolução, de acordo com o coordenador do MBA em Arquitetura de Soluções da Fiap, Eduardo Endo: atualmente, este colaborador, que ainda não teve seu valor reconhecido totalmente pelo departamento, tende, com o tempo, a não acumular mais a função de desenvolvedor e analista de sistemas, passando a pensar, exclusivamente, a arquitetura de software sob um olhar gerencial. E tudo isso tendo o CIO como par.
“Ele deve entender de diversas vertentes: gestão de pessoas, liderança, gestão de projetos, governança, além, claro, dos detalhes técnicos”, detalhou Endo. Do lado técnico, este colaborador deve dominar conceitos de infraestruturas, administração de banco de dados, soluções mais utilizadas pelas companhias, como ERPs e CRMs, além de conceitos de engenharia.
Ele seria uma evolução do engenheiro de software, que um dia, por sua vez, já pode ter passado pelo cargo de desenvolvedor de aplicações. Se, fazendo uma analogia para explicar melhor a relação, o desenvolvedor de software é focado na folha (o detalhe), e o engenheiro de software avalia a árvore (a combinação de diversos ramos dentro de uma solução), o arquiteto deve possuir a visão de floresta, com atenção de integrar todos os programas e aplicações de forma alinhada com a estratégia corporativa.
“As oportunidades para esse profissional são boas, porém, as vagas são mais limitadas. O profissional que mais ganha no mercado em termos técnicos é o arquiteto, mas obviamente não há milhares de vagas disponíveis”, comentou Endo, citando que a figura tomou força no mercado há cerca de seis anos. De acordo com a 39ª edição de pesquisa salarial realizada pela empresa de recrutamento Catho, gerentes de arquitetura de informação podem ganhar até R$ 11 mil ao mês. Segundo o estudo, os salários dos arquitetos seniores chegam a R$ 7,7 mil.
Os pagamentos mais baixos são dos estagiários, que chegam a receber, em média, R$ 1,1 mil, enquanto os coordenadores ganham R$ 9 mil.
Entre os principais desafios da área, o primeiro é desapegar bits e bytes. “Normalmente este é um cara completamente técnico, que precisa se desvencilhar um pouco desse perfil e se tornar mais gestor, com capacidade de se expressar, fazer apresentação, vender ideias, convencer as pessoas”, aconselhou.
É importante ter em mente que uma habilidade desse profissional é saber integrar as aplicações corporativas. É preciso ser inovador e, especialmente, curioso, pesquisando as principais novidades do mercado. “O arquiteto começa a sair da TI e vai para a área de negócio. É uma tendência que ele se torne par do CIO, com o papel de pegar o negócio e transformar em TI. Se o CIO tem uma veia mais estratégica, a o arquiteto conhece melhor a arte da técnica”, encerrou